Hoje eu acordei e olhei para o céu... Tava azulzinho, bem limpo... O sol batia sem piedade, e o vento fazia questão de se apresentar. “Desculpe, mas não é do Senhor que eu preciso...” Eu sei que o vento bate e leva tudo, é capaz de nos fazer esquecer das coisas, das preocupações; assim como pode trazer-nos de volta tudo isso. Mas não era aquilo exatamente que eu estava procurando.
Queria que Deus me ouvisse, mas acho que Ele estava ocupado, ou fui eu que não O estava chamando da maneira correta. Ia pedir a Ele uma nuvenzinha ao Seu lado, pra que eu pudesse me jogar e só sair dali quando passassem todas as minhas aflições... Mas não deu. Então continuei a pensar...
Pensei no sol. O sol que aquece, que traz a mostra as emoções, como se descobrisse nossas caras, quando queremos escondê-la. O sol traz sinceridade! Ele brilha porque é bonito, é alegre. Mas quando não quer, quando não está a fim, ou quando não deixam... Ele se esconde, e não é egoísta por que por mais que às vezes force sua presença, ele sabe quando o dia não é dele...
É verdade escancarada, porque por mais que seu espaço seja tomado pelas nuvens que insistem em perturbar, ele sabe quando tem que aparecer...
O verão é época de felicidade; é a época da sinceridade... É a verdade sendo mostrada... E queimando muitas vezes nossas caras com isso...
Mas aí vêm as outras estações. E então me perguntei: Qual seria a verdadeira diferença? Por que as coisas têm que mudar? Se há tanta sinceridade no verão, as coisas são tão mostradas, são tão verdadeiras... E mesmo assim sempre existiram outras estações... Outras situações, outras verdades.
O inverno, por exemplo, me dá medo... É escuro, é vazio... É triste... As chuvas caem como lágrimas, e trazem á tona nossas fragilidades, e fraquezas. É sincero, mas não é porque se esconde, e confunde... Aquelas nuvens negras e pesadas às vezes parecem que nunca vão passar. Mas também quando insistem em dar o ar da graça, nos arrependemos de ter pedido para passarem logo, pois parece que não vão parar de chover nunca mais... E ficamos encharcado, pesados, doentes e tudo dói... No fundo, no fundo é o medo que nos dá coragem. E mesmo estando despreparados e ainda com vestígios da estação escura, o sol volta a brilhar em algum lugar de nossas casas. E se isso não consola, é a única certeza que podemos ter. Embora devamos saber também, que esse inverno deixa algumas cicatrizes e nos fazem aprender outras coisas. As cicatrizes são curadas pelo tempo. E o que levamos com isso é que a partir de então, sabemos o que fazer... Até onde podemos nos expor a chuva e ao vento forte...
E a noite, as estrelas voltarão a brilhar e a nos iluminar, nossas mentes voltarão a pensar em coisas boas. E o coração que acelerava e desacelerava, vai se acalmar, e vai bater aliviado e sem pressão. Vai deixar de doer e vai voltar a amar...
Desejo do fundo do meu coração, que esse inverno passe logo, pra que o sol volte a nos iluminar...